Cesariana é a única alternativa
Cesariana é a única alternativa
Em algumas situações a cesariana é a única alternativa, como quando há sofrimento fetal, quando não se consegue elevar a freqüência cardíaca do bebê ou a ocitocina não provoca aumento das contrações uterinas.
Opta-se pela cesariana também quando não há dilatação suficiente para a passagem do bebê, quando existe desproporção entre o tamanho da cabeça da criança e a bacia da mãe, e ainda quando a cabecinha está mal posicionada em relação ao encaixe do canal de parto. "O queixo do bebê deve encostar-se ao peito para que a menor circunferência da cabeça passe pela maior perímetro da bacia da mãe", explica Maria Cecília. "Além de curvada, a cabecinha deve estar na posição certa: apontada para o chão, se a mãe estiver deitada. Se estiver em outra direção, ela não conseguirá avançar pelo canal". Caso o médico não consiga corrigir a posição com o fórceps -, usado apenas quando a dilatação está completa, a única alternativa é a cesárea.
"Outro indicativo para a cirurgia é o prolapso de cordão, quando a bolsa se rompe e uma alça do cordão umbilical sai junto com o líquido amniótico", comenta Maria Cecília Breim. "Nesses casos, que são raros, o cordão pode ser pressionado pela cabeça do bebê durante o parto normal, interrompendo o fluxo de sangue." Se a mãe passou pelo menos por duas cesáreas, também é recomendada a cirurgia por causa do risco de ruptura da cicatriz do útero.
Não se deve marcar cesarianas com antecedência. "Isso só é admitido em pouquíssimos casos: quando a criança corre risco de morte na barriga da mãe, quando a gestante tem algum problema na bacia, quando o bebê está sentado no útero ou em alguns casos de gêmeos", adverte o ginecologista e obstetra Daniel Klotzel, do Hospital Albert Einstein e do GAMP, de São Paulo. "Nos demais casos, esperamos várias horas antes de indicá-la. Muitas vezes, erradamente, se faz cesárea por conveniência do médico ou da paciente, porque é bem mais rápido e algumas mulheres têm medo do parto normal."
Definida a necessidade da cesariana, a mulher vai para a sala de cirurgia e recebe a anestesia. "É o mesmo tipo utilizado no parto normal, mas em quantidade bem maior para bloquear totalmente a dor", observa Maria Cecília Breim. "Não se aplica anestesia geral porque o bebê também dormiria e poderia ter dificuldades respiratórias ao nascer." A peridural ou a raquidiana, por outro lado, não caem na corrente sangüínea e não atingem o bebê - apenas bloqueiam as fibras nervosas que saem da coluna da mãe.
Depois da anestesia, com a mãe de barriga para cima, faz-se uma limpeza na área do abdome que sofrerá a incisão. Raspam-se os pêlos da parte superior do púbis e colocam-se panos estéreis em torno dessa região para isolá-la. A seguir, o médico realiza uma incisão transversa perto da linha dos pêlos. "A incisão abrange a pele, a gordura subcutânea, a aponeurose (tecido que sustenta o músculo), o músculo, o peritônio e o útero", descreve a obstetra Maria Cecília. "Faz-se um furinho para romper a bolsa e o médico retira o nenê do interior do útero da mãe." Tudo leva cerca de uma hora e meia.
Uma tela de pano é posicionada diante da área da incisão e você não vê nada. Além disso, há a presença tranqüilizadora do seu acompanhante ou da doula. O anestesista também fica o tempo todo ao seu lado.
Depois da cesárea, o pediatra faz o primeiro exame no bebê, igual ao realizado no parto normal, enquanto a equipe médica costura todas as camadas, limpa e faz o curativo final. A mãe também poderá amamentá-lo pela primeira vez na própria sala de parto caso tudo esteja em ordem. O tempo para se levantar, no entanto, será bem maior - de seis a oito horas - por causa dos efeitos da anestesia.
O uso de cinta de barriga somente será recomendado dois ou três dias depois do nascimento. Isso porque o intestino fica distendido por gases depois do parto, o que pode tornar-se ainda mais incômodo com o acessório apertando. O prazo para deixar a maternidade é de 72 horas
Video sesária www.youtube.com/watch?v=lkQEOyv2vqs